Pulmonária: benefícios para infecções respiratórias, febre e problemas urinários. Descubra como utilizar esta planta medicinal com segurança.
A Pulmonaria officinalis, conhecida popularmente como Erva-do-Pulmão, Salsa-de-Jerusalém e Erva-dos-Bofes, é uma planta medicinal com vasta tradição na medicina natural. Com suas flores coloridas, que vão do vermelho ao azul, a pulmonária se desenvolve melhor na sombra e é uma das primeiras plantas a surgir na primavera. Desde tempos antigos, é amplamente valorizada por suas propriedades terapêuticas, especialmente no tratamento de infecções respiratórias e urinárias. Estudos apontam sua eficácia na redução de sintomas respiratórios e sua ação benéfica no alívio de inflamações, graças a suas propriedades adstringentes e desinfetantes (Lust, 2001; Chevallier, 2016).
Benefícios e Usos Medicinais da Pulmonária
A pulmonária é utilizada para tratar uma ampla gama de problemas de saúde, especialmente aqueles ligados ao trato respiratório e urinário. As principais condições tratadas com essa planta incluem infecções respiratórias, irritação na garganta, faringite, asma, tosse com catarro e rouquidão. Além disso, tem sido utilizada no tratamento de doenças como tuberculose pulmonar e bronquite. Sua aplicação externa é conhecida por auxiliar na cicatrização de feridas e queimaduras, enquanto seu uso interno também ajuda em infecções urinárias, problemas renais e na prevenção de cálculos renais (Mills & Bone, 2013).
A utilização da pulmonária para tratamento de problemas respiratórios advém de suas propriedades expectorantes, que ajudam a expelir o muco e melhorar a respiração. Em 2014, uma pesquisa sobre plantas medicinais expectorantes apontou que a pulmonária possui compostos que ajudam a reduzir a inflamação nos brônquios, promovendo o alívio em casos de bronquite e asma. Suas propriedades emolientes, por outro lado, tornam-na eficaz para acalmar a garganta e aliviar a tosse (Williamson, 2003).
Propriedades Medicinais da Pulmonária
A pulmonária se destaca por suas características adstringentes, desinfetantes, sudoríferas, emolientes, pulmonares e expectorantes. A combinação dessas propriedades a torna uma opção valiosa no combate a várias infecções, e sua ação sudorífera estimula a transpiração, o que é especialmente útil na redução da febre (Bartram, 1995). A presença de mucilagens e saponinas contribui para a proteção das membranas mucosas, o que explica seu efeito calmante e suavizante em quadros de irritação pulmonar e cutânea.
Composição Química
A pulmonária contém compostos bioativos como saponinas, mucilagem, flavonoides e alcaloides que contribuem para seus efeitos terapêuticos. Esses compostos têm efeito antimicrobiano e anti-inflamatório, o que reforça seu uso tradicional no tratamento de infecções respiratórias e urinárias. Além disso, alguns estudos sugerem que a planta apresenta propriedades antioxidantes, o que a torna benéfica para o fortalecimento do sistema imunológico (Chevallier, 2016).
Como Utilizar a Pulmonária
Para fins terapêuticos, as folhas secas da pulmonária são as partes mais utilizadas. Seu uso pode variar, desde chás até infusões e compressas, dependendo do problema de saúde a ser tratado. A seguir, detalhamos algumas das preparações mais comuns.
Chá de Pulmonária para Gripe e Resfriados
O chá de pulmonária é um remédio tradicional para aliviar sintomas de gripe e resfriado. Rico em propriedades expectorantes, ele ajuda a limpar as vias aéreas e aliviar a tosse:
Ingredientes:
- 3 colheres de sopa de folhas secas de pulmonária
- Meia xícara de água fervente
- 1 colher de mel (opcional)
Modo de Preparo:
Adicionar as folhas secas de pulmonária à água fervente e deixar em infusão por cerca de 10 minutos. Coe antes de beber e adicione mel, se desejar. Recomenda-se beber o chá três vezes ao dia até que os sintomas diminuam.
Chá de Pulmonária para Alívio de Febre
Além de aliviar sintomas respiratórios, a pulmonária também pode ser utilizada para ajudar a reduzir a febre:
Ingredientes:
- 2 colheres de sopa de folhas secas de pulmonária
- 1 xícara de água fervente
Modo de Preparo:
Misture as folhas secas de pulmonária na água fervente e deixe em infusão por 10 minutos. Beber três a quatro vezes ao dia, até a melhora dos sintomas febris.
Efeitos Colaterais e Contraindicações
Embora a pulmonária seja amplamente considerada segura, seu uso excessivo pode causar toxicidade hepática. Isso ocorre principalmente devido à presença de alcaloides pirrolizidínicos, que, em grandes quantidades, podem sobrecarregar o fígado. Portanto, seu consumo deve ser moderado e não é indicado para tratamentos de longo prazo (Barnes, Anderson & Phillipson, 2007).
A pulmonária está contraindicada para gestantes, lactantes, crianças e pessoas com histórico de problemas hepáticos. Antes de iniciar o uso de pulmonária para fins medicinais, é aconselhável consultar um médico ou fisioterapeuta.
A Pulmonária na Fitoterapia Contemporânea
Nos últimos anos, a pulmonária tem sido objeto de estudo em pesquisas sobre plantas medicinais europeias. O seu uso como expectorante, por exemplo, é endossado por estudos etnobotânicos que destacam seu papel na fitoterapia tradicional (Nabavi et al., 2015). Embora algumas dessas indicações careçam de estudos clínicos extensivos, o uso popular da planta ao longo de séculos é um indicativo do seu potencial.
A pulmonária é uma planta com um amplo espectro de benefícios terapêuticos, especialmente na promoção da saúde respiratória e na proteção contra infecções. Seus compostos naturais, como saponinas e flavonoides, garantem sua eficácia, enquanto sua ação expectorante e anti-inflamatória torna-a uma aliada para o tratamento de diversas condições respiratórias e urinárias. Com a devida orientação e moderação, a pulmonária pode ser uma excelente opção no arsenal da medicina fitoterápica.
Referências
- Barnes, J., Anderson, L. A., & Phillipson, J. D. (2007). Herbal Medicines. Pharmaceutical Press.
- Bartram, T. (1995). Encyclopedia of Herbal Medicine. Grace Publishers.
- Chevallier, A. (2016). Encyclopedia of Herbal Medicine: 550 Herbs and Remedies for Common Ailments. DK Publishing.
- Lust, J. (2001). The Herb Book. Dover Publications.
- Mills, S., & Bone, K. (2013). Principles and Practice of Phytotherapy: Modern Herbal Medicine. Churchill Livingstone.
- Williamson, E. M. (2003). Potter ‘s Herbal Cyclopaedia. C W Daniel Company.
- Nabavi, S. M., et al. (2015). “Antioxidant and Anti-inflammatory Activities of Selected Medicinal Plants.” Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition.