Plantas Que Curam

Plantas Que Curam, Oficial da Sala

Asclepias curassavica

Essa planta do gênero das asclepias possui um látex cáustico, que pode eventualmente ser usado na cicatrização de feridas e para dor de dentes.

Descrição

Planta da família das Asclepidaceae, também conhecida como algodãozinho-do-campo, algodãozinho-do-mato, camará-bravo, capitão-de-sala, capitão-da-sala, cavalheiro-da-sala, cega-olho, cega-olhos, chibança, dona-joana, erva-de-paina, erva-de-rato, erva-de-satã, erva-leiteira, falsa-erva-de-rato, flor-de-sapo, ipecacuanha-brava, ipecacuanha-das-antilhas, ipecacuanha-falsa, leiterinha, mané-mole, margaridinha, margaridinha-leiteira, mata-olho, paina-de-sapo, paina-de-seda, paininha.

Herbácea anual, de porte baixo, não atingindo além de 1 m de altura.

O caule é ereto, cilíndrico, muito ramoso desde a base.

As folhas são simples, opostas, inteiras, pecioladas e lanceoladas.

As flores são pequenas, de coloração vermelha e amarela, reunidas em inflorescências axilares do tipo umbela, com brácteas.

O fruto é uma cápsula fusiforme com aproximadamente 8 cm de comprimento, contendo várias sementes marrons.

Habitat:

difundida em todo o Brasil, se desenvolvendo melhor nas regiões de clima quente. Sua ocorrência é relatada no Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal.

Essa planta cresce geralmente em lugares descampados, proliferando rapidamente e colonizando o ambiente. É bastante comum em pastagens, onde é inconveniente por ser uma planta altamente tóxica para o gado.

É também encontrada em diversos países.

Parte utilizada:

Folhas, raízes, látex.

Princípios Ativos: Asclepiadina e glicosídeos.

Propriedades medicinais:

Purgativo, emético, tônico cardiovascular, sudorífica, febrífuga, vermífuga, antiasmática, anti-hemorroidária, antidiarreica, antileucorreica, antiblenorrágica, hemostática, bernicida.

Indicações:

Utilizada em tratamentos cutâneos, como grânulos na pele, verrugas, infecções cutâneas, sarna, entre outras enfermidades, com uma pomada à base de manteiga e látex da planta.

É usado tradicionalmente em países do centro-sul americanos para tratamento de moléstias dentárias como cáries e dores de dente, aplicando-se látex ou uma semente sobre o local dolorido, esperando que este dente rompa-se para ser removido com maior facilidade e acalmando a dor ao mesmo tempo.

Efeitos colaterais:

O látex é cáustico, causando sérias inflamações oftálmicas.

A asclepiadina é um veneno convulsivo dos músculos lisos e do coração.

O macerado do caule provoca nos animais de sangue quente parada da respiração, convulsões, arritmia cardíaca e parada cardíaca. A ingestão de 1 g da planta por k g de peso vivo, é suficiente para causar a morte em animais.

Sintomas de Intoxicação:

– irritação de boca e faringe, com salivação intensa e dificuldade de deglutição devido ao látex cáustico.
– náusea, vômito e dor abdominal.
– distúrbios do equilíbrio.
– sonolência e prostração.
– alterações cardiovasculares que podem levar à morte devido à fibrilação ventricular.

Toxicologia:

Todas as partes aéreas da planta possuem diversos glicosídeos, dentre eles, a asclepiadina e seu látex fortemente cáustico.

Modo de usar:

– Látex: purgativo, emético, tônico cardiovascular, hiposistolia cardíaca, astenia vascular, em doses mínimas; Cauterizar verrugas; sobre uma banana é eficiente raticida.

– Raízes: sudorífica, febrífuga, vermífuga, antiasmática, anti-hemorroidária, antidiarreica, antileucorreica, antiblenorrágica, bernicida, panarício.

– Planta inteira, seca e pulverizada: hemostática.

– Folhas machucadas: cicatrização de feridas.

VEJA UM VÍDEO DA PLANTA

O Oficial da Sala e as Borboletas Monarcas.

Essas plantas (Asclepias syriaca e Asclepias curassavica )possuem uma relação estreita com as borboletas monarcas (Danaus plexippus), que são suas polinizadoras, mas também as lagartas destas borboletas se alimentam das folhas da planta, cortando a nervura principal e deixando que o látex escorra, para depois se alimentar das folhas. Mais isso nem sempre ocorre, muitas algumas vezes o látex atinge as lagartas jovens, matando-as.

Bibliografia:

Kartesz, J.T. (1994). “Asclepias curassavica”. NatureServe. Retrieved 12 July 2013.

Koch, I., Rapini, A. 2011. Apocynaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Woodson, R. E., 1954. The North American species of Asclepias L. Annals of Missouri Botanical Garden. 41:1-211.

Ecologia da borboleta monarca, Karen S. Oberhauser e Michelle J. Solensky.

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Intoxicação experimental por Asclepias curassavica em bovinos. Dados complementares – Carlos Hubinger Tokarnia, Marilene F. Brito e Bernardo R. M. Cunha.