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Laurus nobilis: Tradição, Benefícios e Uso Terapêutico

Conheça os benefícios do Laurus nobilis, ou louro, uma planta medicinal e aromática com propriedades digestivas, antiinflamatórias e tradicionais.

O Laurus nobilis, popularmente conhecido como louro ou loureiro, é uma árvore sempre-verde da família das Lauráceas, com uma presença histórica e medicinal significativa. Desde a Antiguidade, quando os gregos coroavam seus herois com ramos de louro, até as práticas medicinais modernas, o loureiro mantém sua relevância. Este arbusto ou árvore de até 6 metros de altura possui folhas aromáticas e flores pequenas e esbranquiçadas, sendo fonte de substâncias terapêuticas valiosas.

Características Botânicas e Cultivo

Nativo da Ásia Menor, o louro se adaptou muito bem ao clima mediterrâneo e, eventualmente, ao clima temperado de outras regiões, inclusive o Brasil. Seu cultivo é versátil: multiplica-se facilmente tanto por sementes quanto por estacas, preferindo solos férteis, bem drenados e com boa iluminação. Suas folhas verdes e aromáticas, brilhantes na face superior e opacas na inferior, são colhidas principalmente para uso culinário e medicinal. Os frutos, bagas ovais que amadurecem de verde a negro, contêm uma semente e, assim como as folhas, são ricos em compostos bioativos.

Compostos Ativos e Propriedades Medicinais

O loureiro contém compostos com múltiplas propriedades terapêuticas, incluindo princípios amargos, taninos e um óleo essencial rico em eucaliptol e cineol. Estes componentes conferem propriedades anti-inflamatórias, digestivas, carminativas, diuréticas e anti sépticas ao louro, tornando-o útil em diversos tratamentos, como o controle da digestão, alívio de dores e inflamações e combate a sintomas de gripes e resfriados do Loureiro

O uso do louro como planta medicinal é tradicional em muitas culturas. É possível utilizá-lo na forma de chás, óleos e bálsamos. Suas folhas secas são facilmente armazenadas e retém suas propriedades por longo período. A seguir, algumas aplicações comuns e suas preparações:

  • Para afecções febris e gripes: um chá com as folhas é uma opção natural para aliviar os sintomas. Recomenda-se uma colher de sobremesa de folhas secas e casca em uma xícara de água fervente. Esse preparo também é útil para aliviar tosses.
  • Digestão e circulação: o louro é também eficaz em afecções digestivas. Um chá preparado com casca e folhas ajuda a reduzir gases, estimular o apetite e melhorar a circulação, sendo especialmente benéfico para microvarizes e outras questões circulatórias leves.
  • Cuidado da pele e unhas: na forma de suco, o fruto do louro, combinado com mel, pode ser aplicado sobre aftas e feridas leves, enquanto o óleo de rícino com gotas de suco do fruto ajuda a fortalecer unhas frágeis.
  • Aromatizante e tempero: além do uso medicinal, o louro também é apreciado na culinária como tempero e aromatizante, em marinadas, caldos e infusões, proporcionando um sabor sutilmente amargo e balsâmico  .

Precauçõe

Embora amplamente seguro em pequenas quantidades, o louro possui algumas contraindicações e efeitos adversos. Gestantes, crianças e pessoas com problemas hepáticos devem evitá-lo. Além disso, em doses elevadas, o óleo essencial pode causar irritação gástrica e afetar o sistema nervoso. Assim, seu uso medicinal deve sempre ser orientado por profissionais de saúde.

Conclusão

O Laurus nobilis, desde seu simbolismo na Antiguidade até seu valor medicinal, continua a enriquecer a cultura e a saúde humana. Sua versatilidade como planta medicinal e culinária e seu fácil cultivo fazem do louro uma planta amplamente utilizada e valorizada. O loureiro não apenas traz benefícios para a saúde, mas também preserva tradições culturais e históricas, evidenciando como a botânica e a cultura estão intimamente ligadas.

Referências

  1. OLIVEIRA, Alfredo Ricardo M.SZCZERBOWSKI, Daiane. “Quinina: 470 anos de história, controvérsias e desenvolvimento.” Química Nova, 32(7): 1971-1974, 2009.
  2. BUNN, Karl. Glossário da Medicina Oculta de Samael Aun Weor. Editora Samael Aun Weor, 2012.
  3. Árvores – Guia prático – NBL Editora, 1999. p. 38.
  4. MALDONADO, Carla et al. “Phylogeny Predicts the Quantity of Antimalarial Alkaloids within the Iconic Yellow Cinchona Bark.” Frontiers in Plant Science, 2017.