Plantas Que Curam

Manjerona: Benefícios e Aplicações da Planta Medicinal Milenar

Descubra os benefícios e usos medicinais da manjerona, planta milenar rica em propriedades terapêuticas e um aroma único.

A manjerona (Origanum majorana), uma planta pertencente à família das Labiadas, é reconhecida mundialmente por suas propriedades terapêuticas e seu uso como tempero aromático. Essa planta, muitas vezes confundida com o orégano comum (Origanum vulgare), destaca-se por seu aroma delicado e sua ampla aplicabilidade na culinária e na medicina tradicional. Originária do Mediterrâneo e Oriente Médio, a manjerona carrega consigo uma rica história de usos medicinais e místicos, tornando-se um exemplo clássico de como as plantas podem integrar tradição e ciência.

Características Botânicas

A manjerona é um arbusto de pequeno porte, podendo atingir até 25 cm de altura. Suas folhas ovais e esbranquiçadas possuem flores pequenas, brancas ou púrpuras, que crescem em corimbos. A planta se desenvolve bem em terrenos baldios, à beira de caminhos, e apresenta um perfume inconfundível. Seus frutos são ovais, lisos e aromáticos. Apesar de ser bianual, em climas mais frios, a manjerona pode comportar-se como perene.

História e Misticismo

Desde a antiguidade, a manjerona é cercada por simbolismos. Na Grécia antiga, médicos como Hipócrates recomendavam o uso de suas folhas para convulsões e como antídoto para venenos. Paralelamente, a planta era utilizada em rituais de amor e preces por oráculos. Segundo Tavares (2000), a manjerona era empregada como afrodisíaco pelas cortesãs gregas. O simbolismo místico dessa planta continua presente em algumas tradições europeias modernas.

Cultivo e Cuidado

A manjerona adapta-se bem a diferentes climas, sendo mais cultivada como planta anual em regiões de inverno rigoroso. Para um cultivo eficiente, é recomendado proteger as sementes do frio e garantir um local bem iluminado. Quando plantada em vasos próximos a janelas ensolaradas, a planta pode resistir a baixas temperaturas e ser usada na culinária ao longo do ano.

Propriedades Medicinais

A manjerona contém diversos compostos bioativos que explicam sua eficácia terapêutica. Entre seus princípios ativos, destacam-se os flavonoides (como luteolina e apigenina), ácidos fenólicos (como o ácido rosmarínico) e óleos essenciais ricos em terpenos. Essas substâncias conferem à planta propriedades:

  • Antiespasmódicas
  • Digestivas
  • Expectorantes
  • Antirreumáticas
  • Sedativas

Pesquisas recentes (Del Médico, 2014) indicam que os óleos essenciais da manjerona possuem ação antimicrobiana, antiviral e inseticida, ampliando suas aplicações na medicina natural.

Indicações e Benefícios

A manjerona é amplamente utilizada para aliviar sintomas de:

Seu óleo essencial é aplicado em fricções para tratar dores musculares e reumáticas, enquanto suas folhas são usadas em infusões para promover relaxamento e melhorar a digestão.

Contraindicações e Cuidados

Embora amplamente segura, o uso da manjerona deve ser moderado. Gestantes devem evitá-la devido a seus efeitos sobre o útero, e lactantes devem limitar seu consumo. O óleo essencial, em particular, não deve ser ingerido e é contraindicado para crianças. Superdosagens podem causar náuseas, vômitos e diarreia.

Aplicações Culinárias e Outras Utilizações

Na culinária, a manjerona é um tempero versátil, sendo usada para enriquecer sopas, molhos e carnes. Seu aroma exótico também a torna popular na produção de sabonetes e perfumes.

A manjerona é uma planta com potencial imenso para a saúde e o bem-estar, sendo uma aliada poderosa tanto na cozinha quanto na medicina alternativa. Sua rica história e eficácia comprovada reforçam seu valor como um dos remédios naturais mais importantes ao longo dos séculos.

Princípios Ativos:

Óleo essencial com 40% de terpenos. Flavonoides: diosmetina, luteolina., apigenina e seus glicosídeos – vitexina, orientina timonina; Glicosídeos hidroquinônicos: arbutina e metil-arbutina; Derivados do ácido cafeico: ácidos roamarínico e clorogênico; Polissacarídeos hidrossolúveis; Triterpenos: ácidos ursolico e oleanóico; hidrato de cissabineno, hidrato-acetato de cis-sabineno, sabineno e hidrato de trans-sabineno.

Após a destilação o hidrato-acetato de cis-sabinenose transforma em 4- ol-terpineno, 4-terpineno, a-terpineno, limoneno e terpinóis; taninos ; Matérias amargas; Pentosanas; Sais minerais.

Farmacologia:

As plantas aromáticas, através de diferentes rotas metabólicas, sintetizam grupos de princípios ativos. Entre estes os óleos essenciais, em diferentes partes das plantas, principalmente nas folhas, flores, raízes, e estruturas especializadas, como nos tricomas glandulares e nas bolsas secretoras; A maioria dos óleos essenciais possui ação antivirótica, antiespasmódica, analgésica, bactericida, cicatrizante, expectorante, re e vermífuga; Para uso em perfumaria, é extraído o óleo essencial da planta fresca ou dessecada, colhida o mais próximo possível do início da floração. A porcentagem de óleo essencial na planta fresca fica em torno de 0,50%. Na planta seca, seu teor de óleo pode variar de 0,70 até 3%; A manjerona já demonstrou in vitro características antimicrobianas, antivirais e inseticidas.

Uso na gestação e na amamentação: contra indicada na gestação por seus efeitos sobre o útero. As lactantes devem usá-la em pequenas quantidades, se necessário, preferencialmente como tempero aromático.

Contraindicações: Pessoas alérgicas ao orégano e ao timol; Óleo essencial para crianças e planta medicinal para gestantes; Uso interno do óleo essencial. O uso em quantidades elevadas ou o uso interno do óleo pode causar diarreia, náusea e vômitos.

É contraindicada para diabéticos. Evitar seu uso prolongado pelo seu conteúdo de arbutina, timol e hidroquinonas.

Superdosagem: Caso ocorra fazer o tratamento sintomático para náusea, vômitos e diarreia deverá ser instituído.

Posologia:

Adultos.

É recorrente em muitos livros de medicina caseira do século XIX que uma infusão quente tomada no início do sarampo promove respiração e provoca as erupções. Também encontramos referências de que algumas gotas do óleo das folhas na cavidade do dente acalmam a dor. (Dawson, 88)

Como tempero; 8g de folhas adultas frescas ou 4g de folhas secas (2 colheres de sopa para cada xícara de água) em infuso ou decocto até 3 vezes ao dia, com intervalos menores que 12hs para todas as indicações, para colutórios e compressas.

O óleo essencial é usado externamente, 3 gotas diluídas em 200ml de óleo vegetal em fricções; 8g de folhas frescas vaporizadas em água quente para emplastro nas afecções da pele e dores; Com as folhas secas se prepara um unguento que deve ser mantido sob refrigeração, que é usado externamente para a congestão nasal e rinites e pode ser colocado na água quente para inalações.

Crianças

Usar apenas externamente.

Bibliografia:

__ ., Descrição botânica, cultivo e uso de Origanum majorana L., manjerona e de Origanum vulgare L., orégano, FEPAGRO, 2002

Dawson, Adele G., O Poder das Plantas, um guia sobre o uso medicinal e culinário de plantas selvagens e cultivadas, 3a Edição, Editora Nova Era. 2000.

Del Médico, Bruno., Macerados, infusões, decocções: Remédios biodinâmicos contra pragas de vegetais, Cultivare L`orto Editrice – 2014.

Tavares, Zulmira Ribeiro., O Nome do Bispo, Companhia das Letras, 3 Edição.