Pular para o conteúdo

Plantas Que Curam

Início » Poejo: Benefícios, Usos Medicinais e Cuidados na Consumo

Poejo: Benefícios, Usos Medicinais e Cuidados na Consumo

Poejo

O poejo, conhecido cientificamente como Mentha pulegium, é uma planta aromática que tem sido utilizada ao longo dos séculos por suas propriedades medicinais e culinárias. Pertencente à família das mentas, essa erva perene destaca-se por seu aroma intenso e penetrante, que não apenas enriquece a gastronomia, mas também desempenha um papel importante na medicina tradicional. Com propriedades digestivas, expectorantes e anti sépticas, o poejo é amplamente utilizado no tratamento de gripes e resfriados, além de ser um aliado na melhoria da digestão.

Este vegetal prospera em ambientes úmidos, sendo frequentemente encontrado às margens de rios e riachos. Seu aroma, além de característico, está intimamente ligado às suas propriedades adstringentes, que ajudam a contrair os tecidos e a secar as mucosas. Por isso, ao entrar em contato com a boca, o poejo pode causar uma sensação de aspereza, sendo essa uma das peculiaridades que o diferencia de outras plantas da mesma família.

A versatilidade do poejo é notável, tanto em termos medicinais quanto culinários. As propriedades digestivas, estimulantes, tônicas estomacais, sudoríparas, adstringentes, emenagogas, febrífugas, anti-inflamatórias, expectorantes, carminativas, vermífugas e antissépticas tornam-no um recurso valioso em diversas situações. No combate a gripes e resfriados, por exemplo, o poejo atua como um poderoso expectorante, ajudando a aliviar a tosse e a facilitar a respiração. Seu uso como tônico estomacal é eficaz na melhora da digestão e no alívio de sintomas como azia e má digestão.

Além disso, o poejo tem demonstrado eficácia na estimulação do apetite, sendo uma opção natural para aqueles que sofrem de falta de apetite. Suas propriedades carminativas ajudam a reduzir a formação de gases intestinais, proporcionando alívio em casos de inchaço abdominal e desconforto digestivo. A capacidade do poejo de combater parasitas intestinais também é um dos aspectos que reforçam seu valor na medicina popular.

Outro uso notável do poejo é o seu óleo essencial, que tem sido investigado como um potencial pesticida natural. Estudos indicam que esse óleo pode ser eficaz no controle do crescimento de fungos, bactérias e parasitas em plantas, o que o torna uma alternativa ecológica para a agricultura. Essa aplicação ressalta a importância do poejo não apenas para a saúde humana, mas também para o manejo sustentável de culturas agrícolas.

Embora o poejo ofereça inúmeros benefícios, seu uso deve ser cauteloso e sempre orientado por um profissional de saúde, como um médico ou fitoterapeuta. O consumo excessivo dessa planta pode levar a efeitos colaterais, desde sintomas leves, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia, até complicações mais graves, como convulsões, alterações hepáticas, dificuldades respiratórias e até aborto espontâneo em gestantes. Por essa razão, o poejo está contraindicado para crianças menores de 12 anos, mulheres grávidas e pessoas com problemas renais.

A versatilidade do poejo também se estende à sua forma de consumo. Tradicionalmente, ele é preparado como chá, utilizando-se suas folhas, talos e flores. Este chá é conhecido por suas propriedades calmantes e digestivas, sendo uma excelente opção para aqueles que buscam um alívio natural para sintomas de gripes, resfriados e problemas digestivos. Para preparar o chá de poejo, basta adicionar 10 gramas de folhas frescas ou secas a 200 ml de água fervente. O chá deve ser abafado até amornar, coar e consumido de 2 a 3 vezes ao dia, conforme a necessidade.

Além do chá, o poejo pode ser utilizado na culinária para temperar uma variedade de pratos. Seu sabor marcante combina bem com pratos salgados, como peixes, açordas e carnes, e também com pratos doces, como pudins, tortas e compotas. O poejo pode ser usado para aromatizar azeites e licores, adicionando uma nota refrescante e única às receitas.

Outro uso interessante do poejo é a aplicação de suas folhas esmagadas diretamente sobre feridas. Devido às suas propriedades antissépticas e refrescantes, o poejo pode ajudar na cicatrização e na prevenção de infecções. Além disso, as folhas esmagadas do poejo atuam como um repelente natural, afastando moscas, mosquitos, formigas e traças de ambientes domésticos.

O cultivo do poejo também é uma prática comum entre jardineiros e entusiastas de plantas medicinais. De fácil cultivo, o poejo prefere solos úmidos e bem drenados, com boa exposição ao sol. No entanto, ele pode ser cultivado em vasos ou em jardins, desde que receba cuidados básicos como irrigação regular e proteção contra geadas. A propagação do poejo é feita por sementes ou por divisão de touceiras, sendo uma planta que se adapta bem a diferentes condições climáticas.

Apesar de todos os benefícios, é fundamental lembrar que o uso de plantas medicinais como o poejo deve ser feito com responsabilidade. A automedicação pode trazer riscos à saúde, especialmente em casos de consumo exagerado ou em combinação com outros medicamentos. Por isso, a consulta a um profissional de saúde é sempre recomendada antes de iniciar qualquer tratamento à base de ervas.

Em suma, o poejo é uma planta de grande valor medicinal e culinário, com uma vasta gama de aplicações que vão desde o alívio de problemas respiratórios e digestivos até o uso como repelente natural e pesticida. Seu cultivo é relativamente simples, e seus benefícios são numerosos, tornando-o uma adição valiosa a qualquer jardim de ervas ou farmácia natural. No entanto, como qualquer outra planta medicinal, o poejo deve ser usado com cautela e sob orientação adequada, para que seus benefícios possam ser desfrutados de forma segura e eficaz.

Bibliografia

    • DOMINGUES, Patrícia M.; SANTOS, Lúcia. Essential oil of pennyroyal (Mentha pulegium): Composition and applications as alternatives to pesticides—New tendencies. Industrial Crops and Products. Vol 139. 1 ed; 2019
    • FERNANDES, Ângela S. F. Propriedades nutricionais, nutracêuticas e antioxidantes de espécies silvestres condimentares utilizadas na gastronomia tradicional do nordeste transmontano. Tese de Mestrado, Escola Superior Agrária de Bragança.