Plantas Que Curam

Plantas Que Curam, Trevo Vermelho, Para Que Serve.

Trifolium pratens

Conheça o Trevo Vermelho, suas características e para que serva, uma planta originária da Europa, com características medicinais sedativas e diuréticas.

Descrição: Da família das fabaceae, também conhecida como Pé-de-lebre; Trevo-comum; Trevo-dos-prados; Trevo-ribeiro; Trevo-roxo; Trevo-violeta. É utilizado na alimentação de animais domésticos. Há mais de 240 espécies do gênero, crescendo em solos arenosos, levez, nos campo e campinas. As folhas, são divididas em três folíolos. Os capítulos têm forma oval, com cerca de 2,5 centímetros de comprimento e flores que vão do vermelho ao púrpura.

Habitat: Nativa da Europa e Ásia, naturalizada na América.

História: As flores secas do trevo vermelho são utilizadas na medicina tradicional para tratar um grande espectro de doenças: acredita-se que a planta purifica o sangue promovendo a produção de urina e muco, melhorando a circulação e estimulando a secreção da bile. Pomadas do trevo vermelho foram utilizadas topicamente para acelerar a cicatrização de feridas e para tratar a psoríase, eczema, e pruridos. As queixas respiratórias são tratadas com uma infusão das flores e fomentações e cataplasmas foram usados como tratamento tópico para crescimentos de tumores cancerígenos.

Parte utilizada: As flores secas ou frescas.

Origem: Europa, especialmente Grã Bretanha, onde se encontra largamente distribuído.

Propriedades: Diurética, sedativa, estimulante do fígado e bexiga.

Indicações: usado para tratar problemas dermatológicos em crianças, como eczemas, também era indicado e ainda é para para psoríases. Em adultos, é usado para tratar bronquite e tosse, especialmente coqueluche, por sua ação expectorante e antiespasmódica. Traz alívio para os sintomas menopausa, nas mulheres e, nos homens, contribui para diminuir a incidência de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) e de Câncer de Próstata. É eficaz na manutenção dos níveis de HDL, o colesterol bom.

Princípios Ativos: isoflavonas, flavonoides, cumarínicos, mucilagens, óleos essenciais, saponinas e derivados cumáricos.

Uso na gestação e na lactação: Contra indicado.

contraindicação: O trevo vermelho é contra indicado a pacientes com histórico de câncer de mama e durante a gravidez e ou lactação.

Posologia: Usado anteriormente como um sedativo em doses de 4g de flores, atualmente o trevo vermelho é usado principalmente como uma fonte de isoflavonas; Extratos com uma quantidade de isoflavona padronizada (por exemplo, Promensil e Rimostil, Laboratório Novogen, Norte Sidnei, Austrália) são frequentemente usados em ensaios clínicos. Estes comprimidos contém a biochanina A, a formononetina, a genisteina e a daidzeina; O fitoterápico Promensil contém uma proporção maior de biochanina A e genisíeina numa proporção menor de formononetina e daidzeina do que o fitoterápico Rimostil. A dosagem usual é de 40 a 80 mg/dia de isoflavonas total (equivalente a 1 a 2 comprimidos).

Interação medicamentosa: Um efeito aditivo pode ocorrer se os fitoestrógenos do trevo vermelho forem coadministrados com outras terapias hormonais. O uso simultâneo com contraceptivos orais, estrogênio ou terapias com progesterona deve ser evitado; O trevo vermelho contém derivados da cumarina, porém há pouco risco de anomalias anticoagulantes.

Efeitos colaterais: Poucos efeitos adversos com o uso do trevo vermelho foram relatados em ensaios clínicos. A perda do apetite, o edema podai e a dor abdominal foram relatados após a administração de uma dose elevada (4 ou 8mg/kg) de isoflavonas (genisteina, daidzeina, gliciteína). A genisteina e a daidzeina livres e totais desapareceram rapidamente do plasma neste estudo e parecem pouco susceptíveis ao acúmulo no corpo com uso diário de 2 a 3 vezes.

Toxicologia: Os fitoestrogenios do trevo vermelho atuam através dos mecanismos estrogênicos e também geram os mesmos efeitos adversos produzidos pelo estrogênio, incluindo o aumento da incidência de câncer endometrial, ovariano e da mama. O trevo vermelho induziu a proliferação de células de câncer de mama sensíveis ao estrogênio em um estudo in vitro. Porém, um outro estudo mostrou que a densidade mamográfica do peito, um marcador de efeitos estrogênicos e anti-estrogênicos, não foi afetados pela administração de Promensil por 1 ano a mulheres com 49 a 65 anos de idade. Um estudo piloto pequeno não encontrou nenhum efeito antiproliferativo no endométrio, associado com o uso de isoflavonas do trevo vermelho; Desordens de infertilidade e crescimento foram observadas em ruminantes que receberam proporções elevadas de trevo vermelho em sua alimentação. Estes efeitos foram atribuídos à atividade estrogênica do trevo vermelho. Uma síndrome caracterizada pela infertilidade, lactação anormal, distonia e útero prolapso, conhecido como ‘clover disease’ (doença do trevo), foi observada em ovelhas.

Farmacologia: Um óleo volátil que inclui o composto salicilato metílico é destilado das flores. As isoflavonas são geralmente denominadas fitoestrogenios por exercerem uma função similar ao estrogênio. As isoflavonas principais do trevo vermelho são a biochanina A, a formononetina, a daidzeina, e a genisteina. A quantidade total de fitoestrogenios no trevo vermelho é de aproximadamente 0,17%; O interesse no trevo vermelho originou-se das observações dos benefícios de saúde positivos derivados do uso de produtos de soja. A soja e o trevo vermelho são fontes de isoflavonas e possuem uma atividade estrogênica similar.

Estudos in vitro mostraram que esta ação é aproximadamente 1/400 daquela exibida pelo 17-beta-estradiol; Efeitos na menopausa: O uso do trevo vermelho como uma terapia de reposição hormonal natural, foi postulado, devido a sua atividade estrogênica. Os fitoestrogenios parecem atuar como agonistas parciais em alguns tecidos e como antagonistas em outros, exibindo características hormonais e não hormonais.

Estes compostos possuem uma afinidade maior para os receptores estrogênicos beta ao invés dos receptores alfa. Uma atividade estrogênica fraca foi demonstrada em ratos. Diversos mecanismos não hormonais também foram demonstrados, incluindo a inibição da tirosina quinase, atividade antioxidante, e efeitos no transporte de íons; Os resultados de estudos clínicos que avaliaram o uso das isoflavonas do trevo vermelho na menopausa são misturados.

Porém, a sociedade norte-americana da menopausa recomenda a consideração do trevo vermelho como uma opção para o tratamento dos sintomas menopáusicos, pois os efeitos adversos parecem ser mínimos e algumas mulheres são beneficiadas com este tratamento; Efeitos cardiovasculares: Os efeitos benéficos da proteína da soja no perfil lipídico do sangue foram demonstrados. Porém, os resultados de estudos sobre o uso do trevo vermelho, com esta finalidade , são misturados (com) e, não apresentam nenhum efeito nos lipídeos do sangue ou somente melhorias modestas são observadas. Os resultados dos estudos que investigaram os efeitos vasculares do trevo vermelho foram mais encorajadores; Em ensaios clínicos, nenhuma melhoria nos fatores de risco cardiovasculares foi associada com o uso de um suplemento de isoflavona, derivada do trevo vermelho, durante 1 ano, por mulheres com idade entre 49 e 65 anos.

Porém, uma tendência para mudanças, potencialmente benéficas, nos triglicerídios, foi observada em mulheres em idade de perimenopausa. Uma pequena porém significativa, redução nos níveis de triglicerídeos foi observada em um outro estudo em mulheres que receberam Promensil ou Rimostil.

As mulheres com um nível de triglicerídeos inicialmente elevado, mostraram uma melhoria maior. Porém este efeito foi provavelmente muito pequeno para ser clinicamente importante. Estes estudos sugerem que as isoflavones não podem ser responsáveis pelos efeitos conhecidos e bem documentados da proteína da soja nos lipídios no sangue; Conformidade arterial, um índice de elasticidade das grandes artérias, apresentou uma melhora em mulheres pós-menopausa que receberam Promensil, corno relatado por um estudo pequeno de curto prazo.

Estes resultados foram confirmados por um estudo maior em homens normotensivos e mulheres pós-menopausa. A pressão sanguínea ambulatória permaneceu inalterada mas a resistência periférica total foi melhorada nestes pacientes. Os pacientes receberam 80 mg/dia de um suplemento de isoflavona, derivado do trevo vermelho, que continha na maior parte biochanina A ou formonetina, os melhores resultados foram obtidos com o grupo que recebeu o suplemento rico em formononetina; Efeitos na densidade óssea: As dietas ricas em proteína de soja foram associadas com uma redução da incidência de fraturas do quadril e atenuação da perda óssea.

Por causa deste efeito, o trevo vermelho também foi investigado para esta finalidade; Um estudo grande encontrou uma associação entre a suplementação com a isoflavona e uma redução da perda do conteúdo mineral ósseo e da densidade mineral óssea na espinha lombar (N = 205). Os marcadores de formação óssea também foram aumentados em mulheres com 49 a 65 anos de idade, que receberam Promensil por 12 meses. As mulheres pós-menopausa foram as maiores beneficiadas. Diferenças na densidade mineral óssea do quadril entre os grupos não foi significativa.

Um outro ensaio falhou em mostrar uma diferença dos marcadores de crescimento do osso entre as mulheres menopáusicas que recebem Rimostil, Promensil, ou placebo. Porém, a validez deste resultado pode ter sido afetada pela curta duração do estudo (12 semanas); Outro usos: A biochanina A foi relatada inibir a atividade carcinogênica em culturas celulares. Homens com carcinoma da próstata de classe baixa a moderada, que receberam suplementos de isoflavonoides antes da prostatectomia radical não mostraram nenhuma mudança nos níveis do antígeno específico da próstata (PSA) no sangue, na testosterona do sangue, ou nos fatores bioquímicos. Porém, a análise dos espécimes da prostatectomia mostram um aumento do apoptose, particularmente nas regiões de câncer de classe baixa a moderada, quando comparada com controles históricos; Resultados de ensaios clínicos sobre o efeito do trevo vermelho na menopausa – Quatro estudos que investigam os efeitos dos extratos do trevo vermelho foram incluídos em uma revisão sistemática dos produtos da medicina herbária usados para tratar sintomas da menopausa.

Todas os ensaios usaram o produto Promensil, (laboratórios de Novogen, Norte Sidnei, Austrália) contendo a biochanina A, a formononetina, a genisteina e a daidzeina. O uso do suplemento de trevo vermelho conduziu a uma melhoria não significativa comparado com o placebo em 2 estudos. Porém, o consumo dietético da isoflavona não foi controlado, possivelmente afetando a validez destes resultados. Nos outros 2 estudos, o consumo dietético das isoflavonas foi controlado e a população de pacientes era constituída de mulheres com uma frequência de sintomas vasomotores iniciais mais elevada do que nos estudos previamente discutidos.

Uma redução significativa na incidência de calores foi associada com a suplementação da isoflavona nestes estudos. Concluiu-se que, embora a evidência para o uso do trevo vermelho não seja convincente, mulheres com sintomas menopáusicos mais severos podem ser beneficiadas com esta terapia. Um ensaio grande (N = 252), não incluído na revisão, comparou 2 suplementos comerciais (Promensil e Rimostil) com o placebo durante um período de 12 semanas. Reduções similares na quantidade média de ondas de calor diárias foram observadas em todos os 3 grupos após as 12 semanas, embora a redução das ondas de calor foi mais rápida com o Promensil do que com placebo.