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Asclepias tuberosa: Propriedades, Usos e Cuidados Medicinais

Asclepia tuberosa

A Asclepias tuberosa, também conhecida como erva-borboleta, é uma planta que cativa tanto pela sua beleza quanto pelas suas propriedades medicinais. Esta espécie herbácea faz parte da família das Apocynaceae, um grupo diversificado de plantas que, ao longo da história, desempenhou um papel significativo na medicina tradicional. A Asclepias tuberosa se destaca por sua ausência do conhecido líquido leitoso presente em outras variedades do gênero, sendo uma opção terapêutica de grande valor, especialmente em casos de reumatismo, pleurite e outras afecções.

Esta planta perene, que atinge até 50 centímetros de altura, exibe flores vibrantes de coloração laranja, agrupadas em inflorescências em forma de curimbos que florescem principalmente em setembro. A cor vibrante e a produção abundante de néctar a tornam especialmente atraente para borboletas, sendo uma excelente opção para jardins polinizadores. Além de embelezar o ambiente, sua fragrância agradável e suas flores exuberantes fazem da Asclepias tuberosa uma planta ornamental muito desejada.

História e Nomenclatura

O nome “Asclepias” é uma homenagem a Asclépio, deus grego da cura e da medicina, que teria aprendido a arte da cura com Quíron, o sábio centauro. A mitologia grega ilustra a importância das plantas medicinais e o conhecimento profundo que antigos curandeiros e botânicos tinham sobre o poder terapêutico das plantas. Dessa forma, a Asclepias tuberosa simboliza a tradição antiga da medicina herbal.

Propriedades Medicinais

A Asclepias tuberosa é rica em propriedades medicinais, reconhecidas por seus efeitos benéficos em diversas condições de saúde. A planta possui propriedades antiespasmódicas, diaforéticas (induzindo a transpiração), expectorantes, tônicas, carminativas (ajudando na eliminação de gases intestinais) e suavemente catárticas (com leve ação purgativa). Devido a essas propriedades, ela tem sido amplamente utilizada na medicina natural para tratar problemas respiratórios, como pleurite, além de problemas digestivos e reumáticos.

Indicações Terapêuticas

A Asclepias tuberosa é recomendada para uma série de condições, como pleurite, uma inflamação da membrana que envolve os pulmões; diarreia e disenteria, devido às suas propriedades carminativas; reumatismo agudo e crônico, onde suas qualidades anti-inflamatórias e tônicas ajudam a aliviar dores articulares; e eczema, uma condição cutânea inflamatória.

Embora suas aplicações medicinais sejam variadas, é importante utilizá-la com cautela, uma vez que o consumo excessivo pode levar a efeitos indesejáveis.

Princípios Ativos

Os principais componentes ativos da Asclepias tuberosa incluem glicolipídios, resinas, gorduras, traços de óleo volátil e alcaloides presentes em seu látex. Essas substâncias são responsáveis por muitas de suas propriedades terapêuticas, incluindo o aumento da transpiração e a promoção da expectoração em doses moderadas.

Contraindicações e Cuidados

O uso da Asclepias tuberosa deve ser feito com precaução, especialmente em doses elevadas, pois ela possui propriedades eméticas (induzindo o vômito) e purgativas. Sua ingestão descontrolada pode levar a distúrbios gastrointestinais. Além disso, devido à presença de alcaloides e outras substâncias tóxicas, seu uso prolongado e em altas doses não é recomendado. É aconselhável consultar um especialista antes de iniciar qualquer tratamento à base de plantas.

Efeitos Colaterais

O consumo em pequenas doses da infusão da planta pode aumentar a transpiração e facilitar a expectoração, tornando-a útil no tratamento de condições respiratórias. No entanto, doses inadequadas podem resultar em efeitos colaterais como irritação gástrica, náuseas e, em casos mais graves, vômitos.

Toxicologia

Um dos cuidados necessários com a Asclepias tuberosa é seu potencial para causar dermatite de contato em algumas pessoas. Essa característica levou à substituição da planta por outras menos tóxicas na medicina moderna, embora ela ainda seja utilizada em algumas práticas de medicina tradicional.

Asclepias: Variedade e Diversidade do Gênero

O gênero Asclepias inclui aproximadamente 80 espécies, sendo algumas delas notáveis por sua toxicidade ou potencial medicinal. Entre as espécies mais conhecidas estão:

  • Asclepias curassavicas: conhecida por suas flores alaranjadas e vermelhas, amplamente utilizada para atrair borboletas.
  • Asclepias syriaca: uma espécie altamente tóxica, conhecida como erva-seda, que tem sido utilizada em alguns locais para a produção de fibra.
  • Asclepias incarnata: esta variedade prefere áreas úmidas e é frequentemente encontrada perto de lagos e rios.
  • Asclepias speciosa: de flores grandes e vistosas, muito atraente para polinizadores, mas com propriedades tóxicas.

A Asclepias tuberosa, embora menos tóxica que muitas de suas parentes, compartilha com elas a mesma capacidade de atrair uma grande variedade de insetos polinizadores, tornando-se indispensável para quem deseja um jardim ecológico e funcional.

A Asclepias tuberosa não é apenas uma planta de grande beleza ornamental, mas também uma importante ferramenta medicinal quando utilizada corretamente. Suas flores exuberantes, propriedades curativas e ligação com a tradição antiga fazem dela uma escolha fascinante tanto para botânicos quanto para jardineiros. No entanto, como acontece com muitas plantas medicinais, é crucial respeitar seus limites de uso para evitar efeitos adversos. A natureza nos oferece recursos extraordinários, mas o conhecimento adequado é essencial para aproveitá-los em sua plenitude.

Bibliografia:

JONAS, Wayne B., Jeffrey S. Levin., Tratado de Medicina Complementar Alternativa – Editora Manoela, 2001. ISBN 85-204-1016-2

PEÇANHA, Paulo Cesar., Meu Guia De Homeopatia Digital – Clube de Autores, 2008.

PEÇANHA, Paulo Cesar., Homeopatia nas doenças reumáticas e musculares- Primeira Edição, Nova Friburfo, Edição do Autor2016.